Três amigas, vivendo sob o mesmo teto e a mesma crise, contam os dramas, as alegrias e as descobertas que fazem enquanto têm 22 anos e sobrevivem a eles.
O tempo voa e nós já estamos no último dia de março. Antes que ele acabe, vou deixar aqui os parabéns aos amigos que fizeram aniversário este mês.
.
A nossa blogueira caçula Laís e o nosso amigo Pagano entraram oficialmente para o "clube dos 22" nos dias 14 e 17 respectivamente. Aos dois, o meu desejo de que essa idade seja repleta de alegrias, saúde, amor e paz!
Mal chegou em La Plata, a nossa querida Sara Boni já tem histórias para contar.
.
Mas enquanto ela não aparece por aqui, que tal acompanharmos as suas aventuras no seublog pessoal, o Porque não sei ficar quieto? Ela postou por lá um relato das suas peripécias no seu primeiro dia na Argentina.
.
Manda ver, Sarinha! De cá, nós te desejamos sucesso!
. Como no filme Chocolate, em que ventos do norte sopravam todas as vezes em que Vianne Rocher (Juliette Binoche) deveria começar uma vida nova, ventos de mudança sopraram sobre a nossa casa nas últimas semanas.
.
Após três inesquecíveis anos, a nossa querida república teve o seu fim. O motivo foi a soma de alguns fatores: eu precisei voltar a morar com os meus pais; a Sara (como ela mesma contou aqui) vai passar uma temporada na Argentina; e a Laís, dadas as circunstâncias, acabou optando por morar sozinha ao invés de manter a república.
.
Adiei o quanto pude o momento de escrever este post. E o faço hoje com um bocado de saudade. Impossível não senti-la ao lembrar os ótimos momentos que passamos lá. Como as inúmeras conversas no corredor ou na cozinha, os esquentas, as festinhas, as sessões pipoca, as jogatinas ou as visitas constantes dos amigos nos horários mais inusitados.
.
Olhando para trás, no entanto, não consigo sentir tristeza por essa fase tão boa das nossas vidas ter chegado ao fim. Tudo o que sinto, além de saudade, é alegria por tê-la vivido! E fico ainda mais feliz por tê-la vivido com quem vivi: meus amigos - pessoas que de tão queridas tornaram-se essenciais e que, estando perto ou longe, estão sempre comigo!
.
[Preciso fazer uma observação aqui: já tinha rascunhado este texto quando li o último post da Sara e vi que ela escreveu algo muito parecido com o parágrafo acima. Resolvi mantê-lo, mesmo correndo o risco de ser repetitiva, para provar que, apesar da distância, estamos juntas em pensamento! Hahaha]
.
Como se não bastasse, percebo que os ventos de mudança têm trazido consigo oportunidades novas e excitantes para cada uma de nós e sou incapaz de ignorar a sensação que tenho de que, como diria a canção famosa na voz do Sinatra, the best is yet to come...
.
Foto: Joe Marlow (Nudibranch)
.
"The wind... it's what makes it so warm this time of year. Legend has it, when the Santa Anas blow, anything can happen." - Miles (Jack Black) para Iris (Kate Winslet), no filme O Amor Não Tira Férias.
Acredito quefoi uma das coisas que mais me marcou do filme Up in the air, apesar de ser um filme cheio das reflexões, “viajar é viver”, não pôde ter ficado mais na minha cabeça. Sei que parece um assunto batido, mas do clichê vamos e voltamos, citamos e os repudiamos, talvez porque ele sempre traz alguma verdade. Já dizia alguém x, As 4 melhores coisas da vida são viajar e comer (será que alguém discorda?)
Viajar é mais que ir e vir, fazer malas, gastar economias, ficar perdida, não entender direito a língua e fazer coisas que não devia. Viajar é descobrir, conhecer, ir além. Falo isso, porque mais do que nunca posso ver que, com 22, nós não seríamos as mesmas sem as nossas experiências, seja viajando para Europa, America Latina ou mesmo pro Pará (quase outro mundo eu diria).
Viajar mais do tudo é agir, pensar em agir, agir sem pensar. É ficar fora de si, para encontrar a si mesmo. Nada melhor que ser transportado para outra dimensão e dar de cara com milhões de coisas que não conhece, para ver se reconhece um pouco do que é mesmo você.
Como quando alguém diz que você está “viajando”, não literalmente, é o mesmo que dizer que está louco, ou sem sentido ou noção, mas na verdade você está explorando o desconhecido, até que algo se relacione com a realidade, ou seja, viajar é imaginar.
Uma das idéias do filme é, que a bagagem numa viagem pode ser determinante. O que você leva com você, quanto pesa a sua vida, o que você é capaz de carregar e o que é mais do que você pode suportar. Logo, viajar ajuda a pensar na suas prioridades, seus objetivos e tudo que é desnecessário no mundo.
E como todas idas e vindas (ops, esse é outro filme), algo fica. E o que deixamos para trás pode ser nosso rastro, pelo qual saberemos o caminho de volta para casa. Pensar que tem tanta gente que prefere o rastro da discórdia que da afinidade e compaixão, seria o bastante para nos perder. O melhor é quando nos damos conta, que quanto mais deixamos de nós, maiores ficamos.
Sinto-me feliz em perceber o tanto de gente que tenho para sentir saudades, conversar no skype, comprar lembrancinhas baratas e ver as fotos que postar no Orkut. Mesmo que o limbo, e as mudanças de fase distancie as amizades que construímos, sabendo que a alma não tem raízes (segundo Fernando Pessoa), fica com a gente onde quer que estejamos, a família que conquistamos.
Não foi com o drama que me inspirei, e sim com a poesia por trás de cada despedida. Fico imaginando onde cada um está agora, seguindo sua viagem, no próprio itinerário de suas vidas, atrás de seus objetivos e destinos. Eu por hora vou para a Argentina, mas dedico este post para a irmandade, que unida, porém independente reconhece mais do que nunca o poder de se deixar ir, descobrir, conhecer, agir, imaginar, sentir ... viajar.
Terminei de ler semana passada o livro Julie & Julia e achei que teria tudo a ver falar sobre ele aqui. Afinal, ela já tinha passado dos 22 anos, mas estava em crise. E ela fez o quê? Criou um projeto e o contou em um blog!
.
Para dar um sentido à sua vida, a secretária Julie Powell, 29 anos, resolveu preparar, no prazo de 1 ano, todas as 524 receitas do livro Mastering the Art of French Cooking - um clássico de Julia Child, a mulher que, na década de 60, apresentou a culinária francesa às donas de casa norte-americanas. Durante 365 dias, Julie cozinhou insanamente na apertada cozinha do seu apartamento, sem saber bem o porquê estava fazendo aquilo. No final, entretanto, ela acabou tirando dessa experiência muitas lições e mudando radicalmente a sua vida.
.
Foto: Reprodução
.
Confesso que, assim que comecei a ler o livro, fiquei um pouco irritada com o mau humor e o pessimismo com que a autora encarava a sua própria rotina. Eu a achava um pouco exagerada, reclamona demais. E por este motivo a minha leitura levou um bom tempo até engrenar. Ao longo do livro, no entanto, me deparei com diversas situações narradas da forma mais divertida possível e fui agradavelmente surpreendida por algumas mensagens de otimismo e esperança. Destaque para o trecho que apresenta aqueles que Julie considera serem os 3 modelos de vida básicos que se pode adotar quando se tem 20 e poucos anos... Engraçadíssimo!
.
Por fim, acabei gostando do livro e ficando com vontade de assistir ao filme homônimo. Estou curiosa porque ele não mostra apenas a história da Julie, mas também a da Julia, sobre a qual sei muito pouco. Sei apenas que, além dos livros de receitas, ela escreveu uma autobiografia intitulada Minha vida na França e que, da mesma forma que a sua seguidora, conseguiu mudar o rumo da sua vida quando muitos diziam que ela não tinha mais idade para isso. Duas histórias que podem ser bastante inspiradoras.
.
Não bastasse a minha curiosidade pelo enredo, o filme é estrelado por Meryl Streep e Amy Adams! Confiram aqui o trailer: